“Há palavras alegres e há palavras tristes. E essa tristeza ou essa alegria umas vezes está nelas, outras no modo de as dizer.”

Sebastião da Gama, Diário




Apesar de, a partir de 24 de outubro de 2011, ter sido destacada para outra escola, não quero quebrar os laços com os meus alunos de Condeixa-a-Nova. Por isso, reabro a publicação dos textos que me vão enviando e que eu corrijo com toda a dedicação, para lhos voltar a reenviar. Continuem a vossa oficina de escrita. Fico à espera dos vossos textos.

Saudades mafaldinas…

domingo, 26 de junho de 2011

Navegando na gramática...



Eu atravessei o rio
De esperança e ilusão
Engoli as palavras
Para matar a tentação

O sabor do medo
Destroçou a minha paixão
Mergulhei em sílabas
Que pararam o meu coração

E todas as frases
Acenderam a minha compaixão
No meu barco de madeira
A navegar pela gramática
Matando a saudade
E quebrando o coração

Miriam Acúrcio, 8ºD    

E, com a chegada do Verão, nada melhor do que ir num rio de palavras...

Palavras que iriam dar ao paraíso
da amizade,
uns com tanta
e outros com tão pouca!
Há palavras alegres
e palavras tristes.
Na amizade,
basta um simples abraço
para  nos sentirmos felizes…
E assim, neste rio de palavras,
havia algumas coisas mais fáceis e mais simples.

Laura Monteiro, 8ºE





Andava a navegar por este imenso rio.
Tentava procurar algumas palavras,
Mas sem nunca me esquecer da palavra amizade.

Alegria é o antónimo de tristeza,
Assim como pobreza é o contrário de riqueza,
Entre estas palavras não existe harmonia,
Mas é interessante ver como amor e amizade                    
Estão em plena sinfonia.

Fugia das palavras solidão, tristeza
São palavras que, no início, parecem simples,
Mas quando as encontramos a vir
Só tentamos fugir.

Quem nunca desejou encontrar a palavra amor,
Ou melhor poder sentir-se amado?!

Tiago Pessoa, 8ºD

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Amor, amor, amor...


Num dia de manhã, ao nascer do Sol, fui navegar num rio cheio de palavras de amor.
Antes de o fazer, não acreditava no amor, não acreditava que pudesse existir e que pudesse mudar tanto uma pessoa. Acreditava que as pessoas eram felizes apenas pela amizade, não por outra coisa como o amor. Mas, na verdade, o amor é um dos grandes responsáveis pela felicidade das pessoas. É o amor que abre o nosso coração, que nos faz gostar realmente de alguém, é ele que põe na nossa boca a palavra “amar” , a qual sairá dirigida à pessoa que não conseguimos tirar da nossa cabeça! Seja por amizade ou por amor! Porque a amizade também é amor! Os amigos também dizem amo-te! Tudo se torna diferente com a palavra amor!
Mas não foi apenas isso que encontrei no rio! Encontrei também palavras com más intenções que só sabem fazer sofrer as pessoas! Neste rio, havia de tudo! Palavras más e boas, de felicidade ou de tristeza, de solidariedade e de inveja! Mas todas estas palavras nos fazem crescer! Acompanham-nos toda a vida! E vão ter todas ao nosso coração!

Diana Manaia, 8º E




Palavras em cima de palavras
Como um barco ao cimo da água
Palavras que nos magoam
Outras que curam qualquer mágoa

Palavras que me fizessem feliz
No rio queria poder encontrar
Sentimentos, acções, pensamentos
Tudo com que pudesse contar

Começar na escuridão
E no paraíso acabar
Ter tudo o que quisesse
E ter pessoas em quem confiar

Encontrar amor, amizade
Saúde e riqueza também
Saber que tenho amigos
Com quem fico bem

Poder navegar
Naquele rio sem fim
Sentir-me livre
E acabar tudo assim…

Rita Rodrigues, 8º E


As palavras boas e as palavras más!


Viajar num rio de palavras dá muito trabalho.
Ao longo da viagem, apareciam muitas palavras “não” que nos faziam voltar para trás; outras diziam “fundo”, se passássemos por elas, iríamos ao fundo.
Foi muito difícil chegar ao fim, mas, passado algum tempo e com os ouvidos cheios de palavras, finalmente cheguei a terra.

Filipe Lopes, 8º D






Viajando num barco à vela num rio, com pouca profundidade, que passava perto da minha casa, o barco ficou encalhado por causa das palavras péssimas, que viajando com palavras boas as imergiam debaixo de água, sufocando-as, ficando roxas, por não poderem respirar.
Entretanto, o barco encalhado com as palavras más, e desencalhado pelas palavras boas, segue a sua viagem. Segue tanto a sua viagem que chega a dois ribeiros, um que apanha as palavras boas, outro que apanha as más.
O barco, passando para o ribeiro das palavras boas, nunca mais encalhou, parecendo que o ribeiro tinha muita profundidade. Seguiu tanto que foi parar ao mar com palavras deliciosas.

                                                                                                                                Levi André, 8º E

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ei, Leitor! Sim, és mesmo tu! Escreve-nos umas "palavrinhas"...



Desgraça!

     Num certo dia, estava farto da minha vida terrestre e resolvi vender todos os meus bens e comprar um grande barco para fugir de tudo e de todos. Andei por mares e oceanos, mas nunca esperei que me fosse acontecer o que vos vou contar de seguida.
   Passavam vinte e três dias do mês de Janeiro do ano de 2016, quando ao passar pelo Mar Mediterrâneo, me deparei com uma inexplicável situação. Estavam a chover palavras!
    - Mas o que se está a passar? – perguntava eu para mim próprio – Será que São Pedro está a deitar tudo o que sente para fora?.
    Depois, com uma rede de pesca que tinha comigo, agarrei algumas das palavras e pus-me a lê-las. Vi que estavam as palavras “desgraça”, “mortos”, “tempestade”, “sismo”, “Lisboa”, “sismo”, “tsunami”, “feridos”, “cuidado” e “28 de Maio de 2016”. Comecei a pensar nelas e lembrei que poderia haver uma grande desgraça naquele dia em Lisboa, mas que poderia eu fazer?
   Apercebi-me de que tinha de salvar o meu povo, mas eu estava a mais de 2500 km de Lisboa, como conseguiria eu chegar lá em apenas 5 dias?!
   Pensei, pensei, pensei... e lembrei-me de chegar o mais rapidamente possível a terra para poder avisar os Portugueses do que iria acontecer. Cheguei então a Malta quando faltavam ainda 4 dias e 2 horas para aquele terrível dia. Apressei-me a encontrar alguém que me pudesse levar à embaixada portuguesa. Quando me encontrava já na mesma, pedi para evacuarem Lisboa pois tinha a certeza que iria haver uma desgraça lá. Eles, ao princípio, estavam um pouco renitentes em acreditar em mim, mas lá ligaram para Lisboa e evacuaram a cidade. Demoraram cerca de 3 dias e 21 horas para evacuar toda a gente, e pensei eu:
                - Consegui salvar o meu país e ainda sobram três horas. Ufa!!
    Passaram três horas, três dias, três meses... e nada aconteceu.
  Afinal o que se tinha passado? Estariam a gozar comigo? Gostariam de saber o que se tinha passado?


DUAS POSSIBILIDADES DE FINAIS:

1º FINAL –

Também eu ...


2º FINAL – permite que se conte outro capítulo da história mais para a frente, mantendo o suspense (bom, por exemplo, para o blogue).

Isso já são cenas do próximo capítulo.


André Cordeiro, 8º E

domingo, 12 de junho de 2011

A Zundapp do Carlitos

A Zundapp

A Zundapp traça no branco da estrada
A negrura do escape
Há um som grave
A Zundapp brilha docemente o seu "rater"

De certa forma
Fico a pé.


Carlos Mendes, 8ºE

"As palavras são formas de dizermos a alguém o que sentimos, o que fazemos e outras coisas." (João Mendes, 7ºF)


Num dia de muito calor, estava muito aborrecido por estar em casa e fui para a borda de um rio.
Depois, naquela Natureza tão diversa, apeteceu-me mergulhar, naquele rio cheio de gotas de água, em que cada uma tinha uma palavra que rimava com “nadava”.


Carlos Mendes, 8ºE




"Também há palavras com um pó mágico que nos seguem sempre na vida de cada um de nós." (Bruno, 7º F)



Um dia estava a passear à beira de um rio, onde encontrei cinco letrinhas que faziam a palavra amor, fui encontrando mais letrinhas e completei a palavra apaixonar.
 Uns metros à frente, encontrei um rapaz muito lindo, com uma crista e trazia ao seu peito a palavra coração. Eu já tinha encontrado a palavra amor, mas ele mostrou-me o seu verdadeiro significado. Mas também me ensinou a palavra voar e namorar.
Magoou-me e sofri com o significado da palavra magoar e sofrer, mas agora que o sofrimento e a mágoa passaram, só quero é a palavra viver.

Ana Gamboa, 8ºD

"As palavras, para mim, são como magia dentro de uma folha, como uma sereia num lago, como uma cascata com peixes a saltitar, mas, sobretudo, são minhas amigas." (João Fonseca, 7ºF)

Embarquei num barco, que flutuava num rio de palavras. Um rio cheio de palavras boas e más; havia palavras como amor, carinho, sonhos, medo, tristeza, etc.
Achei engraçado um rio cheio de palavras, por isso tentei apanhar as palavras sonhos, carinho e felicidade, ou seja, palavras que me dessem jeito. 
Mais tarde, veio uma tempestade, que nos levou a um lugar onde só havia tristeza, guerra, falta de amor e onde ninguém conseguia realizar os seus sonhos. Então, decidi utilizar as palavras que eu tinha apanhado no rio, para tornar aquele lugar melhor.
A partir daquele dia, todos conseguiram realizar os seus sonhos, sentirem-se felizes, darem e receberem muito carinho.
Era bom que houvesse rios de palavras em todos os sítios, pois as pessoas eram felizes, não havia guerras, nem conflitos, mas, infelizmente, este rio é único e imaginário.
                                                      
Francisca Santos, 8ºE

"Com as palavras, atravessamos o mundo." (Nilton Cabral, 7ºF)




Era ainda uma criança
Palavras ainda não pronunciava
Palavras ainda não sabia, nem as lia.

Era eu ainda uma criança
Dentro da minha alcofa estava,
Deixado num rio de palavras 

A corrente avançava,
E eu com ela continuava,
Era eu já uma criança

Palavras começara a dizer 
Algumas estranhas a meu ver
que começava a aprender 

Era eu já adulto
Palavras muitas já descobrira
Mas palavras ainda todas não sabia

Há-de a foz do rio chegar,
e eu sem todas saber pronunciar...

Adriana Furriel, 8ºE





O rio de palavras ficava numa ilha deserta com paisagens lindíssimas. Esse rio chamava-se «Lost River». Continha palavras maravilhosas, lindas, carinhosas, queridas, perfeitas, … Tantas palavras, tantas, tantas, tantas, tantas, mesmo tantas que não se via um único peixe na água.
Estive imenso tempo a admirar cada uma daquelas palavras porque me faziam lembrar uma pessoa… Essa pessoa foi e, ainda hoje, é muito importante para mim e ele sabe bem disso… Ele era maravilhoso, lindo, carinhoso comigo, querido, perfeito, simpático, generoso com os outros, cuidadoso, … e sobretudo meu amigo, até que, um dia, me deixou só e triste porque foi embora e nunca mais voltou…
Eu fui para o barco e voltei para casa. Sempre que me sentia só e triste, eu metia-me no barco e ia até ao «Lost River». Essa ilha, a partir desse dia, passou a ser o meu refúgio.

Ana Ascenso,  8ºE

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Porque as palavras existem e há "viagens" assim...


A viagem
        Começo a minha viagem sozinha, abandonada. Pelo caminho, encontro palavras que me fazem companhia, como amigo, carinho, atenção, compreensão, solidariedade. Encontro também a palavra amor, numa pedra dentro de uma ribeira; tento, então, apanhá-la e, assim, conheço a palavra apaixonada. Acabo a minha viagem junto do meu amor, já não estou só.
Andreia Roberto 8ºD


Naquele dia, estava eu num pequeno barco, a viajar num rio cheio de palavras; cheias de liberdade.
Estava eu, a olhar para aquele rosto do rio azul e suave, onde passeavam aquelas palavras com amor, com alegria.
Parecia que a viagem nunca acabaria! Havia palavras doces que pareciam falar comigo.
Entretanto, o rosto do dia já tinha desaparecido; naquele momento, era já de noite.
As palavras, naquele rio diferente de todos os outros, brilhavam, com o luar da lua e das pequenas estrelas que se encontravam naquela noite. Assim, tudo ficara ainda mais bonito.

Cristina Mendes – 8ºE


Certo dia estava a navegar
Apareceu a palavra tristeza,
que estava a estorvar.
Eu peguei nela e mandei-a pelo ar,
É uma palavra que não quero guardar.
Só queria guardar a palavra feliz,
Porque é uma palavra
 que eu queria viver sempre.

                   Daniel Lopes – 8ºD